Governança de dados

Como aplicar a governança de dados na sua gestão?

A governança de dados adequada é uma prática imprescindível para qualquer ambiente corporativo. Afinal, permite que a liderança e a gestão controlem operações e recursos, o que culmina em resultados melhores. Porém, por ser um conceito amplo, que lida com grandes volumes de informação e que impacta os mais diversos setores da empresa, nem todos sabem a melhor forma de realizar esse controle.

Em geral, empresas de médio e grande porte já trabalham com políticas nesse sentido. Mas será que elas estão realmente adequadas às legislações e necessidades dos consumidores atuais? Saber a resposta dessa pergunta é fundamental para estruturar os elementos da prática de modo a garantir robustez e crescimento.

Continue a leitura e saiba como aplicar a governança de dados na sua gestão!

O que é a governança de dados?

A governança de dados consiste em gerir as informações coletadas pelas organizações. Quando ela é realizada adequadamente, as companhias conseguem usar, proteger e armazenar dados da melhor maneira possível. Logo, respeitam a privacidade dos envolvidos e crescem de forma saudável. Em outras palavras, ela é a gestão de políticas, processos, pessoas e tecnologias, de forma a estruturar os ativos de informação na organização.

Para entender ainda mais essa prática, cabe conhecer o contexto da indústria 4.0 atual. Em geral, se familiarizar com a definição de governança corporativa é importante para as empresas. O termo remete aos sistemas usados pelos gestores na hora de incentivar o sucesso das operações, monitorar e dirigir o negócio. Além disso, se refere à boa relação com os sócios, os órgãos de fiscalização, a diretoria e os conselhos administrativos.

Transformação digital

Quando falamos em dados, o significado do conceito ganha ainda mais peso. Para entender isso, é preciso começar considerando que a transformação digital mudou o modo de gerir os processos das companhias por completo. Trabalhos que costumavam ser manuais, por exemplo, ganharam novos formatos digitais e tecnológicos. Portanto, mudaram a rotina de trabalho de organizações de todos os tipos.

Para usar os recursos inovadores e tecnologias emergentes à disposição da forma certa, os gestores precisam saber exatamente o que o público deseja. Assim, podem usar as ferramentas para entregar o melhor conteúdo possível a eles.

A questão é que, ao mesmo tempo em que a transformação digital chegou nas empresas, o público também se tornou mais conectado. Inclusive, só no ano de 2020, o Brasil somou 134 milhões de pessoas online.

Comportamento do consumidor

Uma das principais características relacionadas a esse movimento do consumidor rumo ao digital é a mudança ágil no seu comportamento. Dessa maneira, é preciso monitorar, tratar e gerir dados que permitam que as empresas estejam atentas a toda e qualquer transformação nas suas dores e necessidades.

Para que a governança de dados serve?

O ano de 2018 foi marcado pela implementação da General Data Protection Regulation (GDPR ou Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados) no Reino Unido. Após a chegada dessa legislação em algumas partes da Europa, outras partes do mundo começaram a prestar atenção no assunto. Isso porque a GDPR regulou a forma como as empresas lidam com os ativos de informação que chegam até elas.

Em 2020, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em vigor no Brasil. Ela busca de regular o uso da informação, aumentar a cibersegurança na parte interna das organizações e garantir transparência. No caso de ambas as regulações, os clientes passam a ter mais controle de seus dados. Enquanto isso, os negócios precisam estruturar os processos de gestão da informação, garantindo o cumprimento da lei.

É nessa hora, em especial, que a governança de dados ganha relevância. Além de lidar com volumes cada vez maiores de ativos de informação, as companhias precisam cumprir as regulamentações. Isso ocorre em função da transformação digital e das mudanças no comportamento dos consumidores. Sem isso, podem não só perder clientes, mas também sofrer as multas e sanções previstas na LGPD.

De modo geral, boas práticas nesse sentido sempre foram importantes nas empresas. O próprio governo federal implementou políticas de fomento a elas em 2010. Porém, com a chegada da LGPD, essas diretrizes ganharam uma nova dimensão. Elas impactam todo o business intelligence (inteligência de negócios) das companhias. Agora, é preciso assegurar que os dados usados pelos talentos cumprem determinadas regras.

Quais são os objetivos centrais dessa prática?

Existem alguns pilares que pautam a aplicação da gestão de ativos de informação adequada. São eles:

  • avaliar as tecnologias usadas no negócio e alinhá-las à política de governança do negócio;
  • gerir de modo sistemático os dados das empresas;
  • fomentar a compreensão dos valores das informações;
  • controlar os custos envolvidos no processo;
  • entender a aplicabilidade dos dados no negócio;
  • potencializar os retornos do uso da informação;
  • garantir segurança e privacidade nos dados;
  • coletar, tratar e armazenar ativos de dados;
  • melhorar continuamente o uso e a qualidade das informações coletadas, entre outros.

Quais elementos fazem parte da governança de dados?

Além de conhecer os objetivos, é interessante saber quais tópicos são abordados na hora de realizar essa importante prática. Para isso, são aplicadas:

  • arquitetura de dados, que definem as necessidades de dados, criam e trabalham a arquitetura corporativa conforme os objetivos estratégicos da companhia;
  • modelagem de dados e projeto, responsável por representar as atividades de informação dentro do ciclo de desenvolvimento de sistemas;
  • armazenamento de dados, que mantêm os dados armazenados ao longo de todo ciclo de utilização;
  • segurança e integração dos dados, que define e monitora as políticas que promovem o acesso, a autenticação, a auditoria e a utilização adequada e segura dos dados;
  • gestão de dados mestres e de referência, responsável por assegurar a consistência e o acesso a documentos e conteúdos a toda a equipe;
  • dados mestres e de referência;
  • data warehousing e BI, que amparam a tomada de decisão ao ofertar dados de suporte aos líderes;
  • metadados e estruturas de qualidade dos dados, que armazenam os metadados, adquirem, extraem, transformam, movimentam e entregam o suporte operacional necessário.

Ao usar cada um desses pontos na definição das políticas entregues aos times, é mais fácil assegurar que todos os envolvidos no processo tenham o que é necessário para garantir a boa governança de dados.

Quais são seus benefícios?

Após entender o que é e qual a importância da governança de informações, fica claro que é necessário contar com ela nas empresas. Porém, sua implementação não precisa ser vista somente como uma obrigação. Ela também traz uma série de vantagens às empresas. Saiba quais são elas a seguir!

Melhorar o processo de tomada de decisões

No passado, as decisões corporativas se baseavam, em sua maioria, na experiência dos gestores e líderes. Hoje, essa base de conhecimento segue sendo importante. Contudo, é preciso aliá-la a uma boa gestão data-driven (orientada por ativos de informação). Ela é importante, visto que traz informações confiáveis sobre as demandas e comportamentos do mercado e do público.

Ao realizar uma boa governança de dados, se torna mais simples garantir que os tomadores de decisões consigam gerenciar o negócio com base em informações sólidas — em vez de achismos.

Garantir processos mais eficientes

Assegurar que as operações de uma empresa sejam as mais eficazes possíveis exige controle e segurança. Ambos esses atributos estão relacionados à governança de dados. Afinal, ela conta com elementos estruturados e capazes de oferecer o máximo de confiabilidade para que a equipe use os dados ao trabalhar.

Transparência

Sem dúvidas, esse é um benefício relevante para as organizações. A LGPD, por exemplo, regula a autonomia que os usuários têm sobre seus ativos de informação — sejam clientes, sejam funcionários.

Assim, eles podem pedir pela verificação, edição e, até mesmo, exclusão de seus dados a qualquer momento. Isso significa que não só suas informações precisam estar acessíveis, como também transparentes, para poderem ser manipulados. A governança de dados garante isso.

Redução de custos

Não é difícil imaginar que os benefícios acima culminem em uma redução nos gastos envolvidos em todas as operações que usam dados na empresa, certo? Quando há a coordenação adequada dos esforços, a tendência é que todos evitem desperdícios e trabalhem em um fluxo mais eficiente.

Qual o passo a passo para aplicar a governança de dados?

É hora de saber como implementar essa prática na rotina do negócio. Confira alguns passos que ajudam nesse sentido!

Identificar os responsáveis pelos dados

É provável que a empresa já tenha algum volume de dados armazenado, independentemente de qual seja ele. Sendo assim, é importante começar descobrindo de quem são e onde foram obtidos. Isso porque as exigências da LGPD e de uma boa governança de dados só podem ser implementadas em informações cujos titulares são conhecidos.

Nesse sentido, imagine que determinado cliente entre em contato em busca de editar seus dados. Como você fará isso sem nem saber identificá-lo? Caso não seja capaz de dar nome aos titulares, a recomendação é excluir as informações que não podem ser geridas.

Determinar a situação atual

Toda política completa de governança de dados tem uma meta definida. Realize um diagnóstico da empresa e identifique onde ela se encontra no momento. Essa atitude permitirá que você fique a par da situação atual do negócio, traçando objetivos menores para chegar até onde deseja. A esse processo, dá-se o nome de estudo de ativos de informação. Ele é o ponto de partida da formulação de um planejamento estratégico na hora de lidar com dados.

Desenvolver uma estratégia

Após estudar os dados, será o momento de criar estratégias claras e objetivas. Elas podem ou não incluir documentações como a política de dados, e devem clarificar a todos os envolvidos as formas que a empresa usará para lidar com as informações que coleta a partir de agora.

Nessa hora, é imprescindível garantir que os colaboradores estejam na mesma página. Afinal, um único talento desalinhado ao planejamento pode cometer desde erros simples até aqueles que colocam em risco a cibersegurança da empresa e de seus consumidores.

Medir riscos e resultados

Um dos problemas que mais se relacionam de forma direta às falhas na governança de dados é a falta de acompanhamento. Monitorar resultados e riscos é fundamental para antever qualquer ameaça, como as perdas de dados, e garantir que os objetivos sejam cumpridos.

Em todas as fases da implementação da nova gestão, a tecnologia é uma grande aliada. Contudo, nesse momento, ela ganha ainda mais importância. Sistemas automatizados, por exemplo, são os melhores amigos de gestores que desejam acompanhar os rumos da inteligência de dados do negócio.

Eles oferecem a possibilidade de gestão em tempo real, monitoramento à distância e integração de diferentes setores. Dessa maneira, permitem que o gerente tenha uma visão ampla do negócio — e se tornam cada vez mais intuitivas. Assim, não há dificuldades em garantir que a estratégia de governança implementada seja seguida corretamente.

Como alinhar a governança de dados com todos os setores da empresa?

Com os pontos trazidos em mente, é importante considerar que a governança de dados não se resume aos setores em que as informações de clientes, talentos e fornecedores são usadas, como os de marketing, vendas ou recursos humanos.

Ela deve ser vista na forma de uma engrenagem para todas as governanças, como a corporativa e a de Tecnologia da Informação (TI). Assim, precisa respeitar regras de compliance e conformidade, sejam elas internas ou externas ao negócio.

O exemplo mais clássico disso é o alinhamento entre a governança e a LGPD. Ao avaliar o impacto da lei no negócio, fica claro que ela trata, majoritariamente, de agentes externos, como a gestão dos ativos de informação de consumidores. Por isso, é fundamental garantir que todos os processos visem ao bom uso dos dados, evitando que você crie políticas impossíveis de seguir ou que não são eficientes para o que se propõem a fazer.

Gerir dados com responsabilidade é um processo fundamental à saúde corporativa. Quando é aplicada da forma certa, ela cria uma estrutura sólida e capaz de amparar o uso de ferramentas e recursos tecnológicos na captação, tratamento, armazenamento e limpeza de dados essenciais ao planejamento estratégico da organização.

Sem ela, além de não aproveitar todas as oportunidades que os ativos de informação trazem, a empresa ainda corre o risco de sofrer com multas e sanções. Por isso, aproveite as informações trazidas neste artigo sobre governança de dados e assegure que sua empresa aplique as estratégias certas na hora de lidar com esse delicado tema!

Gostou de saber mais sobre como boas práticas em gestão de dados podem orientar a tomada de decisão da empresa? Aprofunde seus conhecimentos em segurança de dados e garanta uma administração completa e eficiente para o negócio!

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