Rede desbalanceada: o que é, como funciona e quando usar?
O splitter é um componente passivo em uma rede que serve para dividir o sinal óptico de uma fibra em várias outras. Essa divisão aumenta a ramificação da rede Passive Optical Network (PON). Mas, em algumas situações, como em topologias de barramento ou em áreas com demandas variáveis, é necessário adotar uma rede desbalanceada.
Se sua infraestrutura de fibra óptica precisa atender demandas variáveis, entender como as redes desbalanceadas operam ajudará a implementar uma solução escalável. Vamos explicar mais sobre o conceito de rede desbalanceada, seu funcionamento e os cenários em que ela se torna a escolha ideal. Confira e tire suas dúvidas!
O que é uma rede desbalanceada?
Uma rede desbalanceada é uma topologia de rede óptica que utiliza splitters desbalanceados para distribuir o sinal de uma única fibra óptica para múltiplos pontos de conexão.
Nessa configuração, os splitters desbalanceados têm uma porta de entrada e duas de saída, dividindo o sinal de forma assimétrica, ou seja, as perdas nas portas de saída são distintas.
A rede desbalanceada é útil em áreas rurais ou regiões com baixa densidade populacional, quando as redes são mais esparsas e a demanda por largura de banda varia entre os usuários.
Empregando splitters desbalanceados, é possível ajustar a intensidade do sinal conforme as necessidades específicas de cada ponto de conexão para otimizar o desempenho da rede e reduzindo custos de implementação.
A principal vantagem das redes desbalanceadas reside na eficiência do uso da fibra óptica. Ela permite que uma única fibra sirva a múltiplos locais sem a necessidade de múltiplas conexões diretas.
Quais as diferenças entre rede desbalanceada e balanceada?
As redes ópticas podem ser classificadas como balanceadas ou desbalanceadas, dependendo do tipo de splitter utilizado para distribuir o sinal de fibra óptica.
Redes Balanceadas utilizam splitters balanceados, conhecidos como PLC (Planar Lightwave Circuit). Esses dispositivos têm uma ou duas portas de entrada e podem ter de 2 até 128 portas de saída, dividindo o sinal equitativamente entre as saídas.
Por exemplo, em um splitter 1:4 balanceado, cada saída recebe 25% da potência total do sinal. Essa configuração é ideal para ambientes urbanos com alta densidade populacional, quando a demanda de sinal é uniforme entre os usuários e pode ser modelada e otimizada com o uso de redes neurais, que analisam padrões de tráfego.
A divisão simétrica facilita o planejamento da rede e a previsão das perdas de sinal em cada ponto, simplificando a instalação e a manutenção.
Quais os impactos?
Uma rede desbalanceada pode apresentar problemas em determinados contextos. A manutenção é mais complexa, pois exige equipes especializadas para identificar e resolver problemas, devido à distribuição assimétrica do sinal.
Sem um projeto bem elaborado e cálculo do orçamento de potência, também há o risco de o sinal não atingir os usuários finais com a qualidade necessária, e isso pode comprometer a eficiência da rede.
Portanto, embora ofereça vantagens em certas aplicações, a rede desbalanceada pode ser problemática em ambientes que demandam manutenção simplificada e sinal uniforme.
Como identificar uma rede desbalanceada?
Para identificar uma rede desbalanceada, é necessário observar as características específicas de sua topologia e componentes ópticos. Entenda mais a seguir!
Presença de splitters desbalanceados
Verifique se a rede utiliza splitters desbalanceados: dispositivos dividem o sinal de forma assimétrica e direcionam diferentes porcentagens de potência óptica para cada saída.
Um exemplo típico é um splitter com divisão 10/90, no qual 10% da potência vai para uma porta e 90% para outra. Essa configuração é geralmente utilizada em redes que precisam atender locais com demandas distintas de sinal.
Distribuição assimétrica do sinal
Analise a distribuição do sinal na rede. Em redes desbalanceadas, a potência do sinal varia em cada saída dos splitters. Medições feitas com ferramentas como medidores de potência óptica e OTDRs, além de sistemas de monitoramento de redes, podem confirmar a desigualdade nos níveis de sinal.
Orçamento de potência
Redes desbalanceadas exigem cálculos para garantir que o sinal chegue com qualidade aos destinos, considerando as perdas introduzidas pela divisão assimétrica nos splitters.
Quando usar?
A implementação de uma rede desbalanceada é recomendada em situações específicas, quando a distribuição assimétrica do sinal óptico proporciona vantagens operacionais e econômicas.
Áreas rurais
As redes desbalanceadas são utilizadas em áreas rurais ou regiões com baixa densidade populacional, onde as conexões precisam cobrir distâncias maiores e atender a poucos usuários distribuídos de forma esparsa.
Nessas condições, a demanda por largura de banda em cada ponto da rede tende a variar. A divisão assimétrica proporcionada pelos splitters desbalanceados permite que uma maior porção do sinal seja direcionada para pontos mais distantes ou que exigem maior capacidade.
O uso de redes desbalanceadas em áreas rurais também minimiza custos operacionais. É uma solução para regiões onde o retorno financeiro por usuário tende a ser menor.
Redes com topologia de barramento
A topologia de barramento, caracterizada por uma única linha de fibra óptica que interliga vários pontos em sequência, é um dos cenários mais comuns para a aplicação de redes desbalanceadas.
Os splitters desbalanceados são ideais para essa configuração, pois permitem controlar a quantidade de sinal transmitida para cada ponto.
A aplicação de redes desbalanceadas em topologias de barramento facilita a escalabilidade. Novos pontos podem ser adicionados com ajustes mínimos na infraestrutura existente.
Projetos com necessidade de atenuação diferenciada
Em redes onde diferentes pontos de conexão requerem níveis distintos de potência, como em cenários com equipamentos de consumo variado ou demandas específicas de largura de banda, os splitters desbalanceados oferecem uma solução.
Em redes de fibra para empresas, por exemplo, clientes corporativos podem exigir maior largura de banda e, consequentemente, receber uma porção maior do sinal. Clientes residenciais, com menor demanda, podem ser atendidos com frações menores.
A capacidade de personalização torna as redes desbalanceadas úteis em projetos que precisam otimizar o uso da fibra disponível e oferecer qualidade de serviço diferenciada.
O planejamento do orçamento de potência é crítico nesse tipo de implementação, pois cada fração do sinal deve ser cuidadosamente calculada para evitar perdas excessivas e garantir que todos os usuários sejam atendidos.
Redes desbalanceadas com atenuação diferenciada são empregadas em infraestruturas híbridas que atendem diferentes tipos de aplicações, como redes FTTH (Fiber to the Home) e FTTB (Fiber to the Building).
Portanto, o uso de redes desbalanceadas é mais apropriado quando a distribuição uniforme do sinal não atende às necessidades operacionais. Um planejamento com cálculos do orçamento de potência ajudará a garantir que o sinal seja distribuído com qualidade em toda a rede.
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