Internet 5G no Brasil: o que é preciso saber sobre o tema?

O processo de chegada da conexão 5G ao Brasil tem gerado um verdadeiro alvoroço na área de tecnologia. Afinal, vem aí uma revolução para a sociedade como um todo e as empresas capazes de se antecipar a essa novidade tendem a sair na frente.

Os provedores de internet, por exemplo, devem estar muito atentos. São eles os primeiros a absorver esse serviço e a auxiliar na adoção dele por parte da população e empresas. Portanto, quanto antes você entender a tendência, mais rápido poderá se preparar para o novo cenário, colhendo melhores resultados.

Vamos mostrar todas as informações que você precisa saber sobre o tema. Faça uma boa leitura e continue conosco!

Quando a internet 5G chega ao Brasil?

Para que a conexão chegue efetivamente ao Brasil, o tão falado “leilão da 5G” precisa acontecer. Isso porque é necessária a instalação das antenas e da infraestrutura para gerar conexão de rede, além de instituir a regulação para o mercado.

Segundo a Anatel, Agência Nacional de Telecomunicações, responsável pelo setor, o leilão deve ocorrer apenas em 2021, definindo como as operadoras poderão explorar as frequências destinadas ao 5G. Assim também se analisa, por meio do edital, formas de expansão da infraestrutura para delimitar se, então, teremos todo o potencial que a 5G oferece em nosso território.

Aí mora o grande desafio: investimentos em tecnologia não são pequenos, e hoje existem restrições legislativas — a proximidade entre antenas, por exemplo, proibida em muitas cidades. Contudo, diante dos benefícios que a tecnologia disponibiliza, é provável que essas questões sejam resolvidas, facilitando a implementação da 5G.

Algumas operadoras afirmam que já trabalham com a 5G, mas que estão adaptando a tecnologia existente para potencializar o alcance das ondas. Isso significa que, diante dos padrões da geração, elas não figuram dentro da conexão 5G, conseguindo somente entregar velocidades mais atrativas do que o padrão 4G.

Como funciona a internet 5G?

A 5G é a quinta geração da conexão por dados móveis, e tem como um dos seus grandes diferenciais a possibilidade de adesão e popularização da Internet das Coisas (IoT, ou Internet of Things).

Ela funciona por meio de ondas de rádio, com o mesmo mecanismo das gerações anteriores. Contudo, o espectro de cobertura é muito maior que a da 4G e anteriores, espalhando-se entre 600 e 700 MHz, 26 e 28 GHz e 38 e 42 GHz.

Elas utilizam, muitas vezes, antenas já existentes e que geram conexão nessa frequência. Porém, para seu uso é preciso um número maior de antenas em menor espaço, o que exige grande investimento de infraestrutura.

Outro ponto diferencial em relação às gerações anteriores consiste no mecanismo inteligente que permite o direcionamento do foco do sinal de rádio, em vez de emiti-lo para todas as direções, tornando a conexão mais eficiente.

Ao comparar as velocidades das tecnologias, dá para identificar o quanto se evoluiu nesses aspectos:

• 1G: 2kbit/s;
• 4G: 1 Gbit/s;
• 5G: 100 1 Gbit/s.

O aumento é exponencial. Com isso, atende-se às questões que demandam conexões mais robustas (por exemplo, no caso de carros autônomos, em que a resposta do sensor precisa ser imediata para não gerar acidentes). O resultado? Diversas inovações positivas no cenário nacional.

Quais são as oportunidades que a chegada da 5G traz para as ISPs?

A 5G será responsável por popularizar a IoT, que atualmente é essencial para a Indústria 4.0. Quando chegar até a população em suas residências e também em suas rotinas, com maior intensidade, permitirá a profusão dos carros autônomos, já que teremos disponibilidade de conexão constante e de alta velocidade em inúmeros locais da cidade.

Além disso, a alta velocidade de conexão estimula as conexões de videoconferência, algo primordial para o contato entre pessoas durante a pandemia do novo coronavírus. Saber explorar isso e oferecer planos e condições para os clientes que dependem do assunto pode significar uma oportunidade interessante de despontar no mercado.

A 5G traz uma série de benefícios para quem trabalha com provedor de internet e, portanto, você deve estar atento para pensar em ações estratégicas buscando a implementação em sua rotina na ISP. São vantagens como:

• oferta de serviços de conexão diferenciados, permitindo abranger clientes com demandas por alta velocidade e menor latência;
• oferta de serviços diferenciados para consumidores;
• abrangência de um serviço B2B, atraindo empresas e indústrias que desejam implementar a IoT internamente;
• disponibilização, também, de serviços diferenciados, como sensores e monitoramento para empresas e indústrias;
• garantia de serviços de segurança de informação, para assegurar maior proteção no uso da 5G pelos clientes.

As possibilidades são múltiplas: quanto mais você conhecê-las, melhor conseguirá definir estratégias de implementação a longo prazo. Mesmo que o leilão da 5G ainda esteja distante, a antecipação a esse ponto representa a melhor alternativa de planejamento para o objetivo final.

Lembre-se que adotar novos serviços e tecnologias demanda investimento: uso de novos equipamentos, contratação de especialistas nesse tipo de conexão etc.

Qual será o custo médio de oferecer a internet 5G?

A 5G, como falamos, exigirá uma infraestrutura totalmente distinta para o Brasil, a fim de tornar palpável a propagação das ondas de rádio. Mas isso não é barato, infelizmente: podemos ver, por exemplo, os valores na Europa. Os custos de instalação no continente, para novas antenas, ficam estimados entre 300 e 500 bilhões de euros.

Além disso, existem as despesas específicas de migração para as operadoras. Segundo estudo, o valor teria um total aproximado de R$ 1,8 bilhão. Contudo, quando pensamos nos montantes absolutos, parece mesmo algo elevado.

A longo prazo, porém, é necessário pensar que se trata de um poderoso investimento. Entram em cena os benefícios de seu uso, aliados à série de serviços que podem ser comercializados, juntos do potencial de disponibilidade de conexão.

Qual o panorama da 5G no Brasil atualmente?

Para que você possa entender o que podemos esperar para o 5G no Brasil, vamos compreender qual o atual panorama no momento da publicação deste artigo. Vejamos a seguir os principais pontos a seguir.

Retorno dos leilões da 5G

Muitos responsáveis por provedores estão indóceis, justamente porque era esperado que isso ocorresse desde 2019. Para além dos diversos adiamentos do processo de leilão, temos também a pandemia do novo coronavírus, que postergou o processo. Afinal, a data para a ocorrência do leilão era, justamente, em março de 2020.

Diante do cenário da pandemia, foi preciso gerar uma nova data, ainda que tenhamos um atraso razoável em comparação com o resto do mundo. Tivemos uma nova atualização: o edital da licitação foi aprovada pela Anatel em fevereiro de 2021.

Contudo, ainda não temos uma data estimada para o leilão. A expectativa é que ele poderia ocorrer em outubro. Contudo, em setembro de 2021 ainda não houve o retorno da discussão do leilão para a pauta. Caso ainda seja possível ter o leilão antes de outubro, até julho de 2022 poderemos ter a 5G chegando às capitais.

Desafios para a implementação da 5G

Um dos principais desafios para a implementação da 5G no atual momento está sendo os atrasos no leilão. Isso acontece principalmente porque o Tribunal de Contas da União (TCU) encontrou uma série de irregularidades, entre elas:

• exageros em número de antenas;
• não determinou conectividade em escolas;
• gerou um superfaturamento no custo para migração da TV aberta via satélite para outra frequência.

Cuidados que devem ser tomados pelos provedores

Os ISP (Internet Service Providers) precisam estar atentos para os cuidados que devem tomar, principalmente enquanto as questões estão ainda em discussões políticas. Isso é fundamental para garantir, junto aos órgãos governamentais, formas de gerar mais competitividade para os pequenos provedores.

Em fevereiro de 2021, em reunião com as entidades que representam os pequenos e médios provedores, foi defendida a necessidade de que o edital do leilão traga regras que permitam maior equilíbrio para a entrada de novos atores, evitando a concentração da exploração pelas grandes operadoras de telecomunicações. Assim, é possível garantir mais competitividade para os atores menores.

Uma forma, segundo o Luiz Henrique Barbosa (presidente executivo da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas, a TelComp), seria ter um mercado secundário de espectro, de forma a viabilizar que as pequenas ISPs possam oferecer serviços de forma mais eficiente.

Os gestores dos provedores precisam estar atentos a essas questões e, até mesmo, envolver-se politicamente, defendendo os interesses que permitam ao seu negócio oferecer, com maiores possibilidades, o serviço de 5G, podendo competir com as grandes operadoras.

Obrigações que devem ser cumpridas

Além das questões relacionadas à maior competitividade da 5G, temos também outros pontos importantes a serem observados no atual processo de regulamentação da 5G. Vejamos a seguir as principais das obrigações que deverão ser cumpridas pelos provedores:

• internet nas escolas: uma das recomendações trazidas após a correção realizada pelo TCU é que as escolas sejam conectadas com a conexão 5G com qualidade, e não só proporcionar cobertura;
• uso do 5G Standalone: as compradoras da licença deverão utilizar a 5G nesse formato, ou seja, com independência da atual rede adotada no Brasil (4G);
• todas as cidades com mais de 30 mil habitantes deverão receber tecnologia 5G até 2028. Esse é o prazo máximo, ou seja, pode ser que ele diminua, segundo a capacidade de oferecimento do serviço pelas provedoras;
• até o final de 2022, todas as capitais deverão ter a rede 5G;
• as operadoras que realizarem a compra de frequência de 3,5 GHz deverão arcar com custos da migração da TV aberta via satélite para a banda Ku, evitando interferências no sinal.

Participantes do leilão da 5G

Outro ponto importante a estar atento é: quem são os participantes que poderão estar no leilão da 5G? A resposta é: não temos como saber ainda. Espera-se que as grandes operadoras de telecomunicações participem, obviamente, para arrematarem a possibilidade de transmissão nacional.

Os pequenos provedores, contudo, devem fazer parte também. Elas terão chances de arrematar as bandas secundárias, ou seja, para oferecimento de serviços regionais, nas frequências de 26 GHz. Assim, a 5G poderá ser uma forma de complementar o serviço da fibra ótica, além de atender diversas regiões com internet de alta velocidade, sem necessidade de investimento em infraestrutura do zero.

Quais as vantagens da 5G?

As operadoras devem estar atentas para o 5G, principalmente, porque ela será um grande diferencial revolucionário para os próximos anos no que diz respeito às conexões móveis no país. Por isso, você deve estar atento aos benefícios da 5G. Vejamos a seguir.

Potencializa a popularização da Internet das Coisas

Um dos pontos importantes para a adoção da 5G é potencializar o uso da Internet das Coisas. E, diferentemente do que muitos pensam, ela não é adotada apenas no uso residencial, com os assistentes de voz (que estão se popularizando cada vez mais).

Na indústria, agroindústria e nas empresas, ela tem sido cada vez mais adotada por permitir a conexão à rede de equipamentos que não foram criados para isso. Portanto, é possível emitir dados importantes que poderão ser muito úteis para:

• avaliar produtividade;
• ter uma estimativa média de produção;
• determinar o momento para realizar manutenções preventivas;
• identificar eventuais avarias em equipamentos, entre outros.

Permitirá o desenvolvimento e adoção de tecnologias de automação mais robustas

A 5G permitirá, por exemplo, o avanço na adoção e desenvolvimento de pesquisas para veículos autônomos no Brasil. Como teremos conexões ágeis, de qualidade, com um maior número de antenas distribuídas em território nacional, será possível que possamos ter, em breve, a possibilidade de utilizarmos carros sem a necessidade de controle humano.

Facilita a robótica e maquinaria industrial

A 5G está intimamente ligada com o desenvolvimento da Indústria 4.0. Com a 5G, a robótica e maquinaria industrial nas fábricas poderão ser controlados de forma remota, sem a necessidade da presença do responsável no local. Assim, em caso de qualquer problema, torna-se ágil solucionar as questões e previne problemas futuros.

Além desses, podemos enumerar:

• melhor experiência com realidade virtual;
• melhor sincronização em videochamadas;
• maior estabilidade;
• maior velocidade;
• melhor experiência do cliente;
• maior capacidade de rede, permitindo que mais pessoas se conectem simultaneamente, sem gerar instabilidade;
• viabiliza o processo de criação das cidades digitais.

A conexão 5G, apesar dos entraves regulatórios, tem tudo para ser bem-sucedida em sua adoção no país. Assim, não deixe de acompanhar os próximos passos do leilão e estude sobre as diversas possibilidades existentes para sua implementação. Afinal, ela é considerada o futuro da internet e você não pode deixar de ficar atento a essas questões.

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