IPv6

IPv6: o que você precisa saber sobre o protocolo

Estamos vivendo a chamada transformação digital, e novas tecnologias surgem todos os dias. Com o advento da IoT (Internet das Coisas), existe o esgotamento do protocolo de comunicação atual na rede, em razão da quantidade de dispositivos existentes. Com isso, é necessária a adoção do IPv6.

O IPv4 foi a quarta versão desse protocolo, embora tenha sido disponibilizada 30 anos atrás, e mesmo que contenha mais de 4 bilhões de endereços únicos com seus 32 bits, está à beira de um esgotamento, o que leva à necessidade de evoluir para atender à demanda atual.

Dentro desse contexto, em que a internet se tornou extremamente popular ao redor do mundo e mais tecnologias demandam conexão, o IPv6 surge como uma opção real para o esgotamento do protocolo anterior. Entenda melhor, a seguir!

O que é o IPv6

Cada dispositivo na internet depende de um endereço único para ser encontrado e se comunicar com os demais dispositivos da rede, sendo essa uma das principais características da rede mundial de computadores.

Nos últimos anos, o número de dispositivos conectados à internet aumentou de forma exponencial. Conforme a automatização de residências, empresas e indústrias, essa proporção continua avançando, e uma quantidade crescente de pontos de conexão é necessária.

Isso levou a um esgotamento do protocolo utilizado atualmente na internet, o que gerou a necessidade de evoluir para um novo modelo, o IPv6. A estimativa é que ele pode ter 74 octilhões de vezes a capacidade do IPv4.

Em longo prazo, a migração para o IPv6 é inevitável, afinal, o protocolo atual já não é mais capaz de suportar a demanda existente, sendo que alguns dispositivos já estão funcionando com a utilização do IPv6.

Contudo, essa migração para o novo protocolo deve ser um pouco demorada, uma vez que boa parte dos dispositivos de rede, máquinas e sensores ainda não suportam essa tecnologia, o que demanda também a troca de infraestrutura em alguns casos.

Isso significa que, mesmo que a migração para o IPv6 seja uma realidade, o termo que definirá a rede mundial de computadores nos próximos anos será dual-stack, pois existirá a coabitação dos dois protocolos. O IPv4 ainda levará um tempo até ser desativado por completo.

Quais são suas vantagens

O IPv6 é uma evolução do protocolo atual, ou seja, não apenas entrega mais endereços para suportar a demanda da rede, mas também busca resolver uma série de problemas e melhorar ainda mais a comunicação entre dispositivos. Entre suas vantagens, temos:

  • roteamento mais eficiente;
  • suporte para novos serviços;
  • melhor processamento de pacotes;
  • configuração de rede simplificada;
  • fluxo de dados diretos;
  • melhoria da segurança.

Como funciona o protocolo IPv6

O desenvolvimento do IPv6 consumiu vários anos, afinal, existe uma série de requisitos e parâmetros a serem observados, para que não ocorra nenhum tipo de problema ou, ao menos, que estes sejam amenizados durante sua implementação. Na realidade, o novo protocolo não é algo criado do zero, mas uma evolução do padrão anterior.

O primeiro ponto que diferencia o IPv4 e o IPv6 é o formato dos endereços únicos gerados por cada um dos protocolos. Enquanto que o primeiro é constituído por 32 bits, o segundo contém 128 bits. Com isso, o número de endereços possíveis é absurdamente maior, compatível com a demanda atual.

O único problema está no grupamento numérico da sequência dos endereços. Enquanto no IPv4 tínhamos quatro sequências numéricas para formar um endereço, no IPv6 temos nada menos que 16 grupos de caracteres para identificar cada um dos endereços da rede. O que dificulta a digitação direta.

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Por esse motivo, o IPv6 utiliza oito sequências de até quatro caracteres separado por ‘:’ (sinal de dois pontos), mas considerando o sistema hexadecimal. Assim, o endereço IPv6 do InfoWester, por exemplo, pode ser: F4DD:2D7D:DC38:7F54:32D0:FC57:D4C8:1FFF.

Em um primeiro momento, o formato do endereço, utilizando o sistema hexadecimal pode parecer um pouco confuso, mas isso é apenas por conta de já estarmos acostumados com os endereços do protocolo IPv4.

Felizmente, os endereços IPv6 contam com regras de abreviação, o que facilita a digitação na hora de acessar um endereço. Os zeros à esquerda de uma sequência podem ser ocultados, assim como grupos de zeros. Logo abaixo temos um exemplo de um endereço completo e sua versão abreviada:

Versão completa: 005B:2D9D:DC28:0000:0000:0000:D4C8:00FF

Versão abreviada: 5B:2D9D:DC28:0:0:0:D4C8:FF

Como o protocolo IPv6 conta com um número gigantesco de possibilidades de endereços, sequências com vários zeros serão comuns, o que facilita a abreviação e melhora a visualização dos números completos.

Tipos de endereços IPv6

O protocolo IPv6, de modo geral, pode ser dividido em algumas categorias sendo elas unicast, multicast e anycast. Essa divisão serve para permitir uma otimização na distribuição de endereços e possibilitar que eles sejam acessados de forma mais rápida. Vamos listar as características de cada um deles.

Unicast

Esse modelo define uma única interface de comunicação, ou seja, os pacotes enviados a esse endereço serão entregues somente a ele. É ideal para redes ponto a ponto.

Multicast

Nesse modelo de endereçamento, os pacotes de dados podem ser entregues a qualquer dos endereços que pertençam a um determinado grupo.

Anycast

Muito semelhante ao multicast, no entanto, a diferença entre os dois modelos é que aqui o pacote de dados é entregue à interface que estiver mais próxima. É indicado para servidores DNS.

Assim como já acontece com o IPv4, o IPv6 permite que seus endereços sejam divididos em categorias ou cotas, de forma que exista uma hierarquia para determinar a melhor forma de distribuir endereços, otimizando todo o processo.

A tecnologia avança a passos largos e trocar sua infraestrutura para o IPv6 não é apenas uma opção, é uma necessidade para se manter competitivo no mercado e suportar a demanda atual dos dispositivos da rede. Esperamos que isso tenha ficado claro ao longo deste texto.

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