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O que motivou a adoção do CGNAT entre os provedores?

Nos últimos anos, a internet vem se tornando um recurso cada vez mais necessário em todas as áreas. Mesmo pequenos negócios em locais mais distantes dos centros urbanos precisam de acesso a essa comunicação. Naturalmente, os investimentos em infraestrutura também crescem para acompanhar o aumento na demanda do público.

Porém, a tecnologia usada hoje por muitos provedores já atingiu seu limite. Não em termos de hardware ou infraestrutura, mas sim dos protocolos usados para organizar os acessos. Por isso, hoje surgem novas soluções, como é o caso do CGNAT. Se você tem um acesso à internet com um IP de 32 bits, então provavelmente já lida ou vai lidar com ele.

Acompanhe e entenda melhor o que é o CGNAT e o que motivou tantos provedores a adotá-lo.

O que é o CGNAT?

CGNAT é a abreviação de Carrier Grade Network Address Translation. Trata-se de uma forma de identificação das conexões de rede ligadas a um mesmo provedor. Nesse caso, ele significa que o mesmo número de IP pode ser compartilhado por diferentes clientes em uma mesma rede. Para isso, é realizado um rodízio nas portas de acesso disponíveis.

Em um sistema de IPv4, que é o mais comum atualmente, cada usuário tem um número de IP único. Com o CGNAT, esse mesmo número de endereços pode representar uma grande quantidade de usuários, aparelhos e portas de acesso.

Por que os provedores fazem a adoção do CGNAT?

Do jeito que foi descrito acima, parece que ele traz apenas benefícios para os provedores. Afinal, são mais clientes sem ter que adotar uma infraestrutura maior. Porém, as razões para o CGNAT ser adotado geralmente não são as mais positivas.

Confira aqui as principais delas

Esgotamento do número de IPs

O IPv4 utiliza endereços de 32 bits, ou seja, apresenta um limite de endereços registrados pouco maior que 4,2 bilhões. E mesmo que esse pareça um número exorbitante, o número de endereços de IP disponíveis já está esgotado desde 2012. Naturalmente, isso limita o número de acessos que podem ser identificados dentro da rede.

O CGNAT se apresenta como uma solução para essa questão, pois permite que haja um número maior de usuários registrados do que endereços disponíveis. É como se várias pessoas compartilhassem a mesma casa, mas a usassem em épocas diferentes.

Migração do IPv4 para o IPv6

Para quem olha de fora, parece que a solução mais clara seria aumentar o número de dígitos para registrar endereços. De fato, esse é o caminho preferencial. Essencialmente, é isso que a migração do IPv4 para o IPv6 representa.

O IPv6 é um protocolo de endereço de 128 bits, o que permite o registro de um número muito maior de endereços distintos. A contagem hoje é de 340 undecilhões, sendo que 1 undecilhão é 10³². Um número que está ordens de grandeza acima do limite atual.

O maior problema é que nem todos os provedores migraram para o IPv6 desde sua implementação. Isso levou à criação do NAT e à sua evolução para o CGNAT, que é o mesmo conceito, mas aplicado em larga escala.

Quais são os pontos relevantes do CGNAT hoje?

Como você deve imaginar, essa ferramenta traz seus prós e contras com ela, tanto para os provedores quanto para os usuários. Veja, aqui, alguns dos principais pontos de avaliação de optar pelo CGNAT em vez de migrar para o IPv6 definitivamente.

Não é uma solução definitiva

Mesmo que seja feito o revezamento perfeito das portas de acesso para minimizar problemas de conexão, em algum momento a demanda por conectividade vai atingir um limite e não será mais possível registrar novos usuários. Nesse ponto, o sistema atual terá encontrado seu teto e não poderá mais se expandir.

Em muitos aspectos, o CGNAT é uma solução temporária, usada para estender a vida útil dos protocolos de internet atuais e das metodologias já aplicadas. Porém, essa migração já era necessária em 2012 e ainda não foi feita por completo.

Compartilhamento é restrito

Muitos clientes e provedores de internet, principalmente grandes empresas, instituições bancárias e órgãos públicos, têm restrições com relação ao compartilhamento de IPs. Primeiro, existe a questão da disponibilidade, visto que apenas um usuário pode fazer uso de cada porta por vez e alguns desses clientes devem estar conectados 24 horas.

Se houver muitas demandas de usuários com essas restrições, não é possível aplicar um protocolo CGNAT, deixando o número de portas ainda mais reduzido. Isso ou abrir mão de um possível contrato.

Questões de segurança e privacidade de dados

Outra preocupação constante para os provedores de serviços de internet é a segurança de dados e a privacidade de seus clientes. A Lei Geral de Proteção de Dados, por exemplo, define a responsabilidade dos provedores ao oferecerem uma conexão segura para seus usuários. Nesse quesito, o CGNAT acaba por trazer mais uma vantagem para os provedores.

Pela sua natureza, o compartilhamento de IPs e rodízio de portas de entrada deixam mais difícil identificar com clareza quem é o usuário. Isso permite que os usuários leigos, que não tomam medidas de segurança por conta própria, ainda contem com o benefício de terem sua identidade mascarada pelo sistema.

Número maior de processos simultâneos

Para que esse modelo funcione, os provedores precisam dedicar mais tempo e energia ao monitoramento dos IPs e de seus usuários. A partir desses dados, podem definir quais são os horários de rodízio mais adequados para a rede como um todo, garantindo a cobertura necessária para cada cliente.

Naturalmente, isso exige a implementação de novos processos para assegurar a qualidade da conexão e sua segurança. Por exemplo, se uma atividade criminosa é rastreada para um IP fornecido em CGNAT, o provedor de internet também deve ter um log de acesso que mostre qual usuário estava conectado à rede naquele momento.

À medida que a demanda por internet cresce, a tecnologia e infraestrutura também precisam ser adaptadas. O CGNAT é uma solução imediata para o esgotamento de números de IP, mas está longe de ser algo definitivo.

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